segunda-feira, 7 de maio de 2007

Motivação para a Formação: Reflexões (Parte I)

O sucesso da formação profissional, assim como o de qualquer outra actividade, é algo que está condicionado à motivação do seus intervenientes. E neste contexto, podemos olhar para o fenómeno da motivação para a formação nas mais diversas perspectivas, apreciando as finalidades, os objectivos, as realidades nacionais e locais, e os agentes envolvidos.

Se entendermos os objectivos políticos que subjazem os programas e as iniciativas dirigidas à população em geral, são perceptíveis as evidências daquilo que é almejado: maiores e melhores qualificações, competitividade, etc... Invariavelmente, tais necessidades são o que impele as estruturas governamentais, sejam elas comunitárias ou nacionais, ao desenrolar da formação que quotidianamente se financia e promove por todo o país.

No entanto, neste sistema de formação existem duas questões emergentes: a motivação que direcciona as iniciativas politicas e a motivação que subjaz às estruturas que operam no mercado. Duas filosofias de gestão com necessidades obviamente distintas.
Se por um lado estão definidos objectivos quantitativos específicos para os diversos programas promovidos pelo estado, as questões qualitativas têm vindo a ficar de parte, assim como o mérito que deveria ser atribuído aos operadores que os executam com sucesso e qualidade. Por outro, existem operadores no mercado da formação que estando acreditados em determinadas áreas de formação, têm uma identidade especifica e nelas actuam em prol das suas competências, o que nem sempre corresponde aos interesses nacionais, regionais ou locais, ou aos sectores de actividade onde se intervêm. Tais questões colocam-se todos os dias, sendo reflexo disso o conhecido défice entre os perfis da oferta e da procura de emprego.

Aliás, tendo estes operadores natureza predominantemente privada, ao longo da execução dos projectos ficam obrigados a atender ao critérios de índole pedagógica, mas não só. Estas organizações revelam grosso modo duas principais preocupações: a potencialização de mais-valias para a organização e/ou a ausência de prejuízos financeiros, factores que naturalmente resultam em desvios ou condicionalismos nos objectivos dos projectos.

De facto, dependendo da índole do projecto e dos indicadores que concorrem para a aprovação dos financiamentos, que questões poderemos imaginar acontecerem durante o desenvolvimento de tais formações?

No entanto, o desalinhamento destas motivações não se justifica apenas nestes contextos. De facto, o elemento principal do sistema da motivação reside no próprio formando, agente que determina, in fine, o sucesso e a satisfação das necessidades dos financiamentos desenhados a montante. Desta forma, muitas questões se colocam:
  • Que pessoas estão disponíveis e/ou motivadas para participar em formação?
  • Haverá oferta de formação compatível com os seus anseios?
  • Que garantias lhes podem ser formalizadas?

Questões que de algum modo reúnem em si toda a problemática multidimensional da integração de uma pessoa num contexto de formação.

Nenhum comentário: